Toda vez que terminamos uma viagem, digo que não quero viajar tão cedo. Sonho em voltar pra Toronto, arrumar a casa que não temos, tirar a meia dúzia de produtos de beleza da necessáire e arrumar tudo na bancada do banheiro. Já falei isso aqui?
Eu sei que esse discurso soa arrogante. Mas, sonho sim em tirar as calcinhas do saquinho e espalhá-las na primeira gaveta da cômoda; sonho em usar toalhas boas, aquelas felpudas, de rico, sabe? Adoro toalhas e lençóis de gente bacana.
Taí uma coisa que eu queria poder carregar comigo: toalhas macias. Mas, não tenho nenhuma.
Sinto falta de ter o meu canto. O Marc não quer nada disso. É mais descolado que eu. Mais desprendido. Quer aproveitar a energia dos trinta pra conhecer o mundo. Só faz questão da bola.
Eu sinto falta das amigas. Da minha rotina. Preciso da rotina. Cansei de tirar e colocar as roupas na mala, cansei de aeroportos, rodoviárias e de engordar e emagrecer na mesma rapidez com a qual mudamos de destino….
Daí, a gente embarca em mais uma aventura e começa a ver lugares como o que vimos hoje. Lugares que fazem a gente sorrir por dentro, já que por fora estamos boquiabertos.
A gente descobre que ainda há paraísos quase intocáveis no mundo. Descobre que a natureza jamais vai deixar de nos surpreender.
E que dá pra esperar um pouco mais pra ter a casinha organizada e decorada do jeito que a gente quer, com lingeries na primeira gaveta e lençóis de 400 mil fios naquela cama delícia que é só nossa.