Em um post anterior eu contei sobre a nossa passagem pelo Quênia e pela África do Sul durante os nossos 40 dias de viagem pela África. Visitamos o continente no final de 2017 e voltamos encantados com tudo o que vimos!
Ficamos oito dias na Tanzânia, como parte de um dos tours que fizemos com a G Adventures, empresa de turismo de aventura que organizou toda a nossa viagem. Parece pouco tempo, mas deu pra aproveitar muito! Se engana quem pensa que a gente só viu bichos. Há muita coisa para ver e fazer por lá!
E, para quem nunca havia pensado em visitar o país, eu resolvi listar todos os motivos pelos quais eu me apaixonei por lá – e pelos quais você também vai se apaixonar.
1. O país oferece um pouco de tudo
Aventura, natureza, praia e sol, cultura e tranquilidade. Na Tanzânia dá pra ter tudo na mesma viagem! É aquele lugar que não para de nos surpreender.
Com planejamento e a ajuda de uma agência de viagens, dá pra ver muita coisa. E não precisa ser aventureiro, já que a maioria dos atrativos oferece opções para todos os gostos e idades. Víamos muitos jovens, mas também idosos e famílias com crianças.
2. Safari no Serengeti
Como expliquei no post anterior, a nossa viagem foi uma das categorias mais baratas da agência que contratamos. É um roteiro feito para pessoas entre 19 e 39 anos que curtem aventuras. Em quase todos os destinos, ficamos em acampamentos (com colchão e travesseiro nas barracas), com a opção de fazermos um upgrade para um quarto ou chalé.
Os campings por toda a África oferecem ambos (espaço para as barracas e um hotel/pousada na mesma propriedade). O Marc e eu acampamos poucas vezes. Pagávamos uns 20 dólares da diferença (pois o camping era incluso no pacote) e pegávamos um quarto.
Em alguns lugares, como no Serengeti, não tínhamos a opção de fazer o upgrade, então acampamos. E foi demais!!! O nosso grupo montou as barracas no meio do parque, sem nenhuma cerca que nos separasse de qualquer animal que viesse a aparecer. Os guias têm muita experiência e sabem bem em quais locais não há perigo em acampar.
Eles fizeram uma fogueira (os animais não chegam perto, pois morrem de medo de fogo), jantamos ao redor dela, ouvimos música, compartilhamos histórias e depois fomos dormir. Durante toda a noite ouvíamos o barulho dos bichos: hienas, leões, macacos…
O único problema era acordar pra fazer xixi. Imagina o medo de caminhar de madrugada até o banheiro, que ficava a uns 100 metros de onde estávamos? Não tive coragem e fiz ao lado da barraca, praticamente só com o bumbum de fora. #todomundofezassim hahahaha
Nunca vou esquecer o momento em que vimos bem de pertinho um leão enorme, deitado no meio da estrada, durante o nosso primeiro dia de safari no Serengeti. Me arrepiei toda e parecia uma criança, de tão eufórica! E ele lá, todo majestoso, deitado, relaxando bem pertinho de nós.
Chegamos bem cedinho no parque e dirigimos por uma média de 6-8 horas por dia, com paradas para o almoço e lanche. O nosso motorista era excepcional e sabia tudo sobre os animais, os seus hábitos e como chegar bem pertinho dos mais procurados.
Para facilitar a vida dos motoristas, eles utilizam um sistema de comunicação via rádio, assim a gente não perde tempo dirigindo por horas sem avistar animal algum. É claro que mesmo com o rádio, não é sempre que um grupo terá a sorte de ver todos os BIG 5 (os cinco mamíferos selvagens de grande porte, mais difíceis de serem caçados pelo homem) no mesmo dia. São eles: leão, rinoceronte, elefante, búfalo-africano e leopardo.
Muitos bichos não se deslocam com tanta frequência. É por isso que uma viagem para fazer safari deve ter um mínimo de 3 dias de game drive – como é chamado o passeio no carro especial pelo parque. A gente nunca vê a mesma coisa no outro dia. E nos surpreendemos sempre, como se fosse a primeira vez.
Quando chegamos no parque, temos a sensação de estar vivendo tudo que vimos no filme O Rei Leão. Sem exageros!!! Tudo faz com que a gente lembre do desenho. Já começa pelo fato de que a expressão hakuna matata (sem problemas, em Swahili) é usada o tempo inteiro pelos africanos. Daí, a gente começa a avistar todos aqueles bichos e a vegetação ao redor… é muito mágico!
3. Ver a migração dos antílopes
Visitamos o Serengeti durante o período de migração dos gnus e outros antílopes, que se movimentam na savana ao longo do ano, nos períodos de seca, em busca de pastagens mais verdes.
O ciclo tem início ao sul do parque nacional, com o nascimento de cerca de meio milhão de filhotes, entre os meses de janeiro e março. Com o fim do período de chuvas, em maio, a terra seca rapidamente e faz com que cerca de 1 milhão e meio de gnus, além de milhares de zebras e outros antílopes se desloquem em direção ao Parque Nacional Maasai Mara, no Quênia.
Em meados de outubro, as chuvas voltam a cair no Serengeti e os animais retornam ao local. Ficávamos um tempão esperando milhares de bichos atravessarem em frente à nós. Eles correm em fila, numa organização que nos deixou impressionados.
4. Safari em Ngorongoro
Antes de visitar a Tanzânia, eu jamais havia ouvido falar em Ngorongoro. É uma cratera gigante, formada após anos de atividades vulcânicas e localizada a 2.200 metros acima do nível do mar. Do alto, vemos um buraco enorme, plano, com muita vegetação, que abriga no seu seio quase a totalidade das espécies da África Oriental.
Acampamos na parte alta, onde também ficam os lodges. Passamos apenas uma noite lá, no outro dia dirigimos pela cratera das 7h às 16h. Como estávamos num lugar muito mais elevado, fazia bem frio no acampamento.
Logo que iniciamos o safari em Ngorongoro demos de cara com um grupo com sete leões. Por ser um local bem plano, era muito mais fácil avistar os bichos. São tantas fotos lindas que eu passei horas escolhendo as minhas favoritas. Aqui estão algumas delas:
5. Conhecer de perto como vivem os Masai
Quando avistei o primeiro Masai (ou Maasai) nas ruas de Arusha, na Tanzânia, fiquei super curiosa para saber mais sobre a cultura da tribo. Sorte minha, o guia que nos acompanhou nos 21 dias de tour era um deles. Acabei aprendendo muito mais do que eu imaginava.
Os Masai são uma das maiores tribos africanas, encontradas no sul do Quênia e no norte da Tanzânia. São famosos pela cultura nômade: vivem uma média de 6 meses em cada local.
Tenho muitas fotos lindas tiradas nessa tribo e acho importante compartilhar a história desse povo, então decidi que farei um post só sobre eles em breve.
6. Stone Town, a Cidade de Pedra
Depois da nossa aventura nos parques Serengeti e Ngorongoro, seguimos viagem com destino à Zanzibar. Mais um carimbo no passaporte! É que apesar de fazer parte da Tanzânia, o conjunto de ilhas tem o seu próprio presidente e a gente passa novamente pela imigração, assim que desembarcamos.
Para chegarmos na Ilha de Unguja (conhecida como Zanzibar), pegamos um ferry-boat em Dar es Salaam. A viagem dura uma média de duas horas e é bem tranquila (fora o tumulto no embarque e desembarque) para aqueles que não enjoam em barcos.
Você pode não ter ouvido falar na Cidade de Pedra mas, com certeza já ouviu a voz do nativo mais famoso da região: Freddie Mercury. Em alguns restaurantes, vimos quadros com fotos do artista, que viveu em sua terra natal até os 18 anos, quando se mudou para a Inglaterra.
Apesar de bem pequena a cidade é considerada a “alma de Zanzibar”, com suas lojas, museus, mercados e restaurantes em prédios coloniais e casas com portas grandes de madeira talhada. Os moradores são, em sua maioria, mulçumanos (mais de 90%), e o contraste entre o que vimos em outros lugares da Tanzânia com o que vimos por lá, é impressionante.
7. As águas cristalinas nas praias de Zanzibar
Quando disse que a Tanzânia é um destino completo na África, eu não estava exagerando. Além de se aventurar nos parques nacionais durante os safaris, você ainda pode curtir uns dias de praia num dos lugares mais lindos que já vi.
Ficamos hospedados três noites no Amaan Bungalows , um hotel à beira de uma praia chamada Nungwi. O mar tem um azul cristalino espetacular! O hotel tinha um bom restaurante com ótimo café da manhã e opções deliciosas de pratos para almoço e jantar.
Fizemos um passeio de barco ($25 dólares), com direito a snorkeling para nadar com os golfinhos. A praia não ficava cheia e, apesar dos moradores serem super conservadores (afinal, são mulçumanos), temos a liberdade de usar biquínis e roupas de praia por lá (ufa!!).
8. O mais lindo pôr do sol que já vi
Essa foto foi tirada de dentro da nossa barraca, quando estávamos em Ngorongoro. Não tem filtro e eu passei um tempão sentadinha lá, só observando como a natureza naquela região é tão perfeita. A cada pôr do sol que a gente tinha a chance de observar, eu me arrepiava.
Precisa falar mais? Tem como não se apaixonar por esse país?
Vai visitar a Tanzânia? Então se liga nessas dicas:
- O visto custa USD50 e pode ser conseguido lá, não precisa fazer com antecedência (pagamento somente em dinheiro, dólar americano)
- O cartão de vacinação internacional com a vacina de febre amarela é obrigatório
- Não é permitido usar sacolas plásticas no país (assim como em vários outros na África)
- Se você está visitando os países de carro ou ônibus, preste atenção aos radares e se prepare para ser parado diversas vezes por policiais, que estão sempre à espera de infratores. Nem sempre a infração acontece, mas mesmo assim eles tentam tirar dinheiro dos motoristas.
- Ao visitar a Cidade de Pedra, lembre-se que quase toda a população é muçulmana. Portanto, mulheres devem cobrir joelhos e ombros ao circular pela cidade. Nas praias não há problema algum em estar de biquine.