Eu sou muito de observar, sabe? De vez em quando uso a desculpa de que isso é hábito de jornalista que quer estar a par de tudo. Na verdade, eu uso essa desculpa sempre. Balela, eu sou é curiosa ao extremo. E isso não muda nem que exista um rehab à altura daquele no qual a Britney Spears se internou em 2007, atuando na causa.
Já que estou sendo 90% sincera, bora logo admitir que também não quero mudar. Não vejo graça em não ser curiosa. Meu instinto me diz que jamais vou mudar e que continuarei pagando pra ver – sem esperar pelo troco. Eu fico pobre, mas fico sabendo das coisas. That’s ok.
Eu ando na rua observando as pessoas, numa pegada meio Esquadros, de Adriana Calcanhoto, mas sem temperar com toda aquela melancolia, porque ninguém merece, né?
Eu gosto de gente. De ver gente. De falar com gente. De ouvir gente. De entender – nem que seja um pouco – gente. Das cores da gente. Da cultura. Dos hábitos. Eu gosto de saber o que faz certo tipo de gente seguir em frente e o que faria essa gente pausar.
No Brasil, eu gostava de ficar em silêncio para ouvir o som do mar. No Canadá, ainda hoje eu paro para observar os flocos de neve cobrindo as ruas de branco, as árvores que se vestem diferente a cada estação ou paro para tomar um café, pensar na vida e observar as pessoas ao meu redor
Na Tailândia eu parei e fiquei em completo silêncio quando ouvi pela primeira vez o som dos bichos nos arrozais. Uma paz sem tamanho. O canto dos grilos, dos sapos e aquela imensidão de verde, mais nada.
No Camboja, gastei dias observando a pobreza daquele povo e como as crianças eram felizes com pouquíssimo. Não havia silêncio de dia e sim, muito barulho. Parei para observar o comportamento dos monges e a paz que eles transmitem.
No Vietnã, apertei o botão pause quando vi a beleza das tribos que vivem em Sapa, nas montanhas. A coisa mais linda do universo.
Nos Estados Unidos eu parei para observar de tudo! A loucura que é New York, a beleza do canal que corta Chicago, os sonhos que se tornam realidade na Disney, a beleza das montanhas na Califórnia. Mas o cair da noite no deserto foi o que me tirou o fôlego. Que espetáculo, putaqueopariu mermão!
No México, eu paro a todo instante para sorrir para as pessoas, porque elas vivem sorrindo de volta. Dá vontade de abraçar todo mundo que encontro.
E nas minhas andanças pelo mundo, quanto mais gente eu observo, mais apaixonada pela vida eu fico.
Se tem uma coisa que vale muito a pena nessa vida é ver gente: diferente de mim, diferente de você, diferente de todo o mundo. Gente como a gente, mas bem diferente, entende?
Gente é bom demais.